26 de jan. de 2014

Reflexão acerca dos "Rolezinhos"

Sabe quando você sente NOJO de algo... Tipo, para e pensa que ta tudo indo por água a baixo... Na boa, internet é algo muito bom, mas acho que ta começando a estragar o mundo viu (começando uma ova, já estraga a muito tempo). Não sei nem o que dizer, só posso sentir VERGONHA desse povo (e dos pais). Nada contra quem curte se divertir, encontrar com amigos, mas porra... Isso ta mais pra outra coisa, um monte de gente que não é nada, achando que é muita coisa. Tava demorando esse tal de "rolezinho" chegar a Ipatinga viu, e chegou da forma mais escrota possível. Quem é esse povo que reclama tanto de rótulo, quem eles são pra ficar rotulando alguém?

"Ter mais de 300 curtidas em fotos postadas; participar de pelo menos 10 encontros realizados na Praça do Cidade Nobre; tirar fotos com pose de frente para o espelho e ter um aparelho celular de última geração."

Beleza, se eu não tiver um celular de última geração, eu não sou aceito no meio deles... Tá, isso não é coisa nova, sempre aconteceram essas exclusões por motivos chulos, mas porra... OLHA AS IDADES DESSE POVO QUE DITA ESSAS REGRAS... Meu Deus... E o pior é ver gente que morre pra ser aceito nesses grupinhos e isso me mata mais de raiva ainda. Que mundo é esse onde pra ser aceito em algo você precisa ter “mais de 300 curtidas numa foto”... Onde curtidas valem mais do que declarações sinceras de tipo “cara, gostei dessa foto ficou massa” ou “ow, ta feio, apaga”.
Ai ta, continuo lendo a reportagem, e pro meu espanto, eu achei que não podia piorar e isso acontece. Uma mãe, apoiando o filho. Até ai nada de mais... Que eu saiba toda mãe/pai quer ver o filho feliz e o apoia certo?! Normal isso e bonito. Porém quando começa a passar do limite complica né. Igual o exemplo da reportagem, a mãe, manicure, diz que trabalha para comprar roupas de marcas utilizadas pelo seu primogênito. Cara, sem querer ser preconceituoso nem nada, manicure é um trabalho digno (e indispensável atualmente), mas que eu saiba não gera uma renda assim a ponto de poder viver “no luxo”. Posso estar enganado, como sempre tem aqueles profissionais de destaque, que tem sua clientela fixa e tudo mais. Mas ta. Vou deixar o foco pra uma frase dela:

“Que mãe não quer que seu filho seja um “famosinho”? Eu entendo que com esse status as pessoas demostram que tem carinho pelo meu filho...” 

Primeiro, que eu saiba, a minha mãe não quer isso pra mim, e conheço várias mães que também não querem isso pros seus filhos. Penso que seria mais louvável um filho ter se formado ou ter conseguido um emprego bom, ou passado num concurso sei lá, do que ser um mero “famosinho”. Outro ponto que me deixou INDIGNADO, foi o fato dela dizer que o filho recebe carinho das pessoas. Eu DUVIDO, que 80% das pessoas que curtem as fotos do menino, que conhecem ele, ou que ele tem adicionado na sua rede social, tem algum tipo de sentimento por ele que passe perto de carinho. Maior parte disso não passa de falsidade e tentativa de “vou andar com você porque você é famoso e eu quero ser também”.

“Um famosinho deve ter várias camisas de marcas em seu guarda-roupa, além de bonés de aba reta e bermuda até o joelho...”. Sem comentários pra essa frase, porque eu já comentei lá em cima.

A reportagem continua, citando o caso de mais dois adolescentes inclusos nesse rótulo de “famosinho”. O que me chamou atenção foi mais fato de um deles dizer que fama é pra poucos, como se ele fosse parte desses “poucos”. Ou como se esses famosinhos fizessem. Eu não sou famoso, e nem quero ser, principalmente se depender dessas regras ai pra ser. Vivo muito bem no meu ninho com poucos amigos, porém com CARINHO e amizade verdadeiras, e sem depender de roupa de marca ou celular de ultima geração pra eles gostarem de mim.
Enquanto conversava com uma amiga sobre essa reportagem, o texto e tudo mais, ela disse uma frase que eu concordei e gostei muito, porque resume perfeitamente minha indignação, e como ela é uma grande amiga, serei legal e darei os créditos a ela:

Dá vontade de bater na cara dessas pessoas, apontar o dedo e dar um berro pra acordar pra vida! Fico horrorizada com o quão superficiais as pessoas conseguem ser, cada hora surge algo pra superar essa porra que o mundo tá virando.” (BETINHA, 2014)

Enfim, não vou por o link da reportagem, por motivos meio óbvios, se quiserem ler ela, procurem. E um adendo, esse texto reflete uma opinião MINHA, fui fazendo cada comentário conforme lia a reportagem e não tive a intenção de ofender ninguém. Beijos e até a próxima vez que eu tiver cabeça, vontade e paciência pra escrever de novo.

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